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No mês de julho celebramos a festa de Nossa Senhora do Carmo e hoje celebramos nossa Senhora Rainha e, nos é oportuno aprender com a doutora Santa Teresinha como relacionar-se com a Virgem Maria.

 

Monsenhor Pedro Teixeira Cavalcante no seu Dicionário de Santa Teresinha no verbete Maria assim se expressa: “No Carmelo, a piedade filial de Santa Teresinha para com Maria segue os moldes do seu Pequeno Caminho. Não é apenas uma devoção mariana, mas um relacionamento simples, confiante, abandonado, amoroso de Teresinha nos braços de Nossa Senhora.”

 

Santa Teresinha, pequena criança (assim ela se via e definia), de que forma se sentia e via diante da Virgem Maria? Como filha pequenina no colo da Mãe. Maria, a Mãe de Jesus seu Senhor, Deus e Esposo é também sua Mãe. “Minha Mãe”, dizia Teresinha.

 

Sabemos que tudo isto aplica-se a nós também seus filhos, mas como sentimos e vivemos o nosso relacionamento com a Virgem Maria, nossa Mãe? Fica esta pergunta para nossa reflexão.

 

Mas agora voltemos à pista que nos dá Santa Teresinha. Há uma poesia da Santa intitulada “Porque te amo, Maria”. Esta foi escrita em maio de 1897, quatro meses antes de sua morte, portanto é uma síntese de quanto a filha Teresinha quer cantar a respeito de sua Mãe Maria, dirigindo-se a Ela própria.

 

Logo nos primeiros versos Teresinha já se apresenta: ‘eu sou tua filha”. E em seguida escreve: “tu, querida Mãe”. Nesta poesia a Santa recolhe tudo quanto se fala da Virgem Maria nos Evangelhos. A nós nesta reflexão interessa colocar a atenção na sua relação que é dominantemente filial. Colhamos algumas linhas que manifestam com clareza os moldes de união de Teresinha com Maria.

  “Ó Mãe, muito querida, embora pequena,

   trago em mim, como Tu, o Todo-poderoso

  e nunca tremo ao ver em mim tanta fraqueza:

  o tesouro da Mãe é possessão do filho.”

 

“E eu sou a tua filha, ó Mãe estremecida;

  tua virtude e amor não são, de fato, meus?”

 

A realidade de sua pequenez é reafirmada assim em outro verso: “Quero ficar pequena ao teu lado, Maria (...).”

 

A convicção profunda de que Maria é ‘minha Mãe” também é ressaltada: “Minha querida Mãe que vejo toda amável (...)”; e “(...) ó minha Mãe querida, eu não invejo os anjos;  porquanto o Onipotente é meu amado Irmão!...”

 

E mais à frente revela algo do convívio com sua Mãe:

 

“Enquanto espero o céu, ó minha Mãe querida,

 contigo hei de viver, seguir-te cada dia.

 Contemplando-te, Mãe, eu me sinto extasiada

 ao descobrir em ti abismos só de amor.

 

Teu olhar maternal expulsa os meus temores, (...)”

 

Em seguida Santa Teresinha extravasa a sua experiência em relação à ternura da Mãe:

 

“Virgem Imaculada, a mais terna das mães

 

“Como, pois, não te amar, ó Mãe terna e querida

 ao ver tamanho amor e tão grande humildade?

 Tu nos amas, ó Mãe, como Jesus nos ama (...)”

 

“Conhecia Jesus tua imensa ternura

 e os segredos do teu coração maternal.”

 

E o verso final dispensa comentários condensando a relação filial da Santa para com a Virgem Maria:

 

“(...) o que desejo agora

 é cantar, no teu colo, ó Mãe, porque é que te amo

 e mil vezes dizer-te que sou tua filha!...”

 

Para concluir a reflexão é oportuno dar a conhecer que a devoção filial de Santa Teresinha não a isentou das dificuldades na oração do rosário. Ao dirigir-se à Madre Maria de Gonzaga no chamado Manuscrito C ela confidencia:

 

“Todavia, não quero, Madre querida, que penseis que eu faço sem devoção as orações. em comum, no coro ou nos eremitérios. Pelo contrário, gosto muito das orações em comum, pois Jesus prometeu ficar no meio dos que se reúnem em nome Dele. Sinto, então, que o fervor das minhas irmãs supre o meu; sozinha (tenho vergonha de confessá-lo), a recitação do terço custa-me mais do que usar um instrumento de penitência... Sinto que o recito muito mal; mesmo fazendo esforço para meditar sobre os mistérios do rosário, não consigo fixar minha mente... Durante muito tempo, lastimei essa falta de devoção que me intrigava, pois amo tanto Nossa Senhora que deveria ser-me fácil recitar em honra dela orações que lhe agradam. Agora, lastimo menos, penso que, por ser a minha Mãe, a Rainha dos Céus deve perceber a minha boa vontade e se agrada com ela.

Vez por outra, quando minha mente está em tão grande aridez que me é impossível extrair um pensamento para me unir a Deus, recito, muito lentamente um “Pai nosso” e a saudação angélica; então, essas orações me encantam, alimentam minha alma muito mais do que se as tivesse recitado precipitadamente uma centena de vezes...

Nossa Senhora me mostra não estar zangada comigo, nunca deixa de me proteger quando a invoco. Se me vem uma inquietação, um problema, logo me dirijo a ela e sempre, como a mais terna das Mães, ela toma conta dos meus interesses... Quantas vezes, ao falar às noviças, invoco-a e sinto os favores da sua maternal proteção!...”   

 

Desta confissão tão íntima de sua oração gravemos quanto Santa Teresinha afirma: sentir a “proteção maternal” da “mais terna das mães” quando a Ela se dirige em meio aos problemas e inquietações.

 

 

 

MÃE TERNA, ROGAI POR NÓS.

 

 

Ela é mais Mãe  do que Rainha

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